Nos primeiros anos do século XX, a prática dos travel logs, registros oficiais que gravavam os eventos ocorridos durante uma viagem de navio ou avião, junto à prática das gravações etnográficas de campo, deram origem ao termo travelogue. Monólogo de viagem, diário de bordo.
Entretanto, os travelogues abandonaram seu caráter de registro objetivo e colonial e introduziram intromissões descritivas, subversões narrativas e enunciações perspectivistas.
Hoje chamamos travelogue a um registro ilustrado de viagem, um álbum pessoal de itinerários, uma aproximação entre literatura, arquitetura, artes visuais, geografia, antropologia e cosmociência. O antigo monólogo de viagem transforma-se em diálogo, um convite à navegação e à cosmopolítica.

Geografia Portátil é um lugar de pesquisa, registro e autocrítica sobre a arte contemporânea e o conhecimento espacial que produz.

Renata Marquez